GAME: O elemento invisível

Não é por acaso que os RPG são dos jogos mais adorados pelo público, diz Peter Molyneux, que acredita ter descoberto o santo graal dos videojogos.

Segundo o Sr. Molyneux, o Fable foi um bom jogo, mas faltou qualquer coisa. Faltou um momento. Fala de como jogos como o Final Fantasy VII e ICO nos deixaram completamente à nora num mar de emoções, que havia algo nesses jogos que ele até hoje não tinha conseguido implementar nos seus projectos. Vou dizer agora o que é, não se riam. É amor.

Rídiculo, dizem vocês, uma boa história é que é importante, uma história magnífica é que captura esses momentos mas Peter responde que não é o caso, que há por aí jogos com histórias espectaculares mas que simplesmente não nos dizem nada de especial, joga-se e esquece-se, não fica marcado como "o melhor jogo de sempre". O guru passa então a explicar que para fazer com que o jogador "sinta" o que o personagem está a sentir, precisou de 3 coisas:

1. Que o jogador pudesse ter um certo nível de customização do personagem, neste caso escolher ser homem ou mulher, e mais tarde ter o seu aspecto e aura reflectir a sua personalidade e karma.
2. Que o jogador pudesse criar família. Justificou isto com o voltar a casa depois de uma quest difícil, e quando nos aproximamos de casa a porta abre de rompante e sai a correr o nosso filho, que nos salta para os braços e diz "papá, papá! Ouvi dizer que mataste o Ogre, és o meu herói!"
3. Que o jogador tenha um cão. Este cão vai amar-vos incondicionalmente, vai estar sempre ao vosso lado e não quer mais nada do que agradar-vos, nunca vos vai embaraçar e lutará até à morte para vos proteger. É feliz ao vosso lado.

É com estes truques que Peter Molyneux planeia agarrar o tal "momento", diz que assim que nos identifiquemos verdadeiramente com o personagem, apanhou-nos. Se vai ser bem sucedido, só saberemos quando tivermos o jogo nas mãos, mas sei que muitos jogadores andam, como eu, à procura de só mais um desses raros momentos.

godspeed